ainda e por muito tempo

Johnny Guitar (1954)

Directed by: Nicholas Ray
Cast: Joan Crawford, Sterling Hayden, Mercedes McCambridge, Scott Brady, Ward Bond, Ben Cooper, Ernest Borgnine, John Carradine, Royal Dano, Frank Ferguson, Paul Fix, Rhys Williams

Vienna has built a saloon oustide of town, and she hopes to build her own town once the railroad is put through, but the townsfolk want her gone. When four men hold up a stagecoach and kill a man the town officials, led by Emma Small, come to the saloon to grab four of Vienna's friends, the Dancin' Kid and his men. Vienna stands strong against them, and is aided by the presence of an old acquaintance of hers, Johnny Guitar, who is not what he seems.

Johnny: De quantos homens te esqueceste?
Vienna: De tantos quantas as mulheres de que tu te lembraste.
Johnny: Não te vás embora.
Vienna: Não me mexi.
Johnny: Diz-me alguma coisa agradável.
Vienna: Claro. O que queres ouvir?
Johnny: Mente-me. Diz-me que esperaste [por mim] estes anos todos.
Vienna: Esperarei [por ti] estes anos todos.
Johnny: Diz-me que terias morrido se eu não tivesse voltado.
Vienna: Teria morrido se não tivesses voltado.
Johnny: Diz-me que ainda me amas como eu te amo.
Vienna: Ainda te amo como tu me amas.
Johnny: Obrigado. Muito obrigado.

(adaptação e diálogos de Philip Yordan, a partir do romance de Roy Chanslor)
____________________________________________________________________________

Peggy Lee - There´ll Be Another Spring


A lógica que rege o discurso académico é linear, hierárquica, separável, carceral. À semelhança do pensamento de Platão, que era comandado pela hierarquia do logos e pelo temor dos transvio ou do derrame. “Os formadores e os construtores não querem uma comunidade humana em simbiose com o sexo da paisagem. Excluem a voz do vagabundo. Desprezam os poetas”, escreve Maria Gabriela Llansol (…)” (Mourão, J. A.; 2003:24).

Eduarda Dionísio

Se continuarmos a pensar que é preciso um qualquer conflito para que o teatro exista, o conflito aqui (e porque assim era a proposta que me empurrou para o delito destes remakes) não está no interior dos textos, mas deverá nascer da luta entre o texto e a encenação. (...) [em/por Julieta] Estou a tomar conta da paisagem e de algum movimento que se atreva nas plantas do jardim. (...) Ele não deverá subir enquanto não amainar a tempestade que ruge atrás de mim.

No programa: Purificados \ Cleansed \ Oczyszczeni: TNSJ Dez 2008

“A catástrofe de amor está talvez próxima daquilo a que se chamou, no campo psicológico, uma situação extrema, que é uma situação vivida pelo sujeito como devendo irremediavelmente destruí-lo; a imagem foi retirada do que se passou em Dachau. Não será indecente comparar a situação de um sujeito que sofre de amor com a de um preso no campo de concentração de Dachau? Será possível encontrar-se uma das injúrias mais inimagináveis da História num incidente fútil, infantil, sofisticado, obscuro, ocorrido com um sujeito confortável que é apenas vítima do seu Imaginário? Estas duas situações têm, no entanto, isto em comum: são, literalmente, pânicos; são situações sem continuação, sem regresso – projectei-me no outro com uma força tal que, com a sua falta, já não posso deter-me, recuperar-me: estou perdido para sempre.”
[Barthes, R. (2001:65) Fragmentos de um discurso amoroso]

“Purificados também é uma reflexão sobre a minha própria vida. Sem que seja no entanto autobiográfico. Numa passagem de Fragmentos de um discurso amoroso, Roland Barthes diz que a situação de um apaixonado infeliz é comparável à de um prisioneiro de Dachau. Comecei por ficar muito indignada com esta comparação, parecia-me impossível que os sofrimentos de amor pudessem ser tão terríveis quanto os de um campo de concentração. Mas depois de muito reflectir, compreendi melhor o que Roland Barthes quer dizer. Ele fala da perda de si. Quando alguém se perde de si próprio, o que é que ainda lhe resta? Desembocamos numa ausência total de saída, numa espécie de loucura.”
[Kane, S. (Fev. 2003:71) OutreScène: la revue du Théâtre National de Strasbourg]

“Não o objecto mas o homem é o tema.” Moholy Nagy



matt stuart

? (21)

Diz o Admirado ao Admirador: porque me admiras se tenho dois braços diferentes? Ao que o Admirador respondeu: se não o fizesse engolia a língua.

Beleza serena

liso circular anca ombro salto em altura

preciso movimento ponto constante corpos

coreografados tempo quase infinito quase provável