A Marginal

"Ao lado do rio faz-se a experiência de nunca estar só.
Caminha-se a favor do vento, das águas correntes e
de algumas aves perdidas dos portos.

Não me chames para o lado de dentro dos países nem
para fazer pousada na gruta secreta daquela montanha
coberta de amoras e forrada de líquenes.
Aqui, no passo lento de quem não tem certezas nem
afectos
vou a caminho da foz. Chegam barcos, saem outros.
Brilha este lado das águas.

A sombra também caminha e só na distância das ondas
poderá estar o espelho brilhante que fixa a luz à terra
ou a chama ao fascínio."

(Firmino Mendes)

Obrigado pelo teu aniversário.

Era assim que começava, ou era assim que acabava?

Loucura

A sujeição quotidiana pode impedir qualquer um de desenvolver o seu Eu – tornando-se esquizofrénico. Padece-se dessa patologia porque a autonomia vivida é a dos outros e escondemos as nossas emoções a favor de uma convivência idilicamente falsa subordinada por relações de poder.

Poucos são os que reconhecem as dádivas que se partilham diariamente que historicamente inter e intra-estruturam o(s) sujeito(s). É urgente, há muito tempo, agirmos como pianistas de sentimentos. (Re)Criadores responsáveis pelas suas próprias obras mais ou menos artísticas mas definitivamente representativas e edificadoras do(s) mundo(s) e interacções existentes.

Viver cada momento – hora, dia, ano – como um ensaio e\ou espectáculo diferenciado e potenciador de aprendizagens singulares.
Atrás escravizei a carne
Veio o pássaro e comeu-a
Á frente divinizei o osso
E prossegui