Gato

"De que profunda estância regressava,
orgulhoso da indomável vontade de vadiagem
pelas redes nocturnas do equilíbrio ?
Que última notícia
de vazios impraticáveis sucessos
trazia na ilegível memória ?

Oblíquo, desobrigado gato negro
que nunca se afez à abonação
embora estivesse sempre de volta
na procura dos olhos que prescrutavam nos seus
o relato cruel da noite, um arrepio
de cavadas esquivas paisagens.

Arremete o gato um son(h)o
de excitante adiada paixão,
a cega trajectória do corpo na proeza
de céleres telhados e terraços
abertos nos desassombros de um amor
que só se extingue c'o a morte."

(XOSÉ MARÍA ÁLVAREZ CÁCCAMO)

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2 comentários:

Unknown disse...

bem-vindo de volta ao blog. e um regresso em qualidade: o poema é muito bom! abraços

Joana disse...

Bem este poema ta muito giru...

Beijos...